janeiro 22, 2011

Abra o iogurte artificial para mim?

Iogurte deveria ser algo saudável, mas a indústria alimentícia no horizonte do século XXI não consegue propiciar tanta "saudabilidade" assim. Eu sei que é muito difícil agradar Gregos e Troianos, que indústria de massa requer compromissos, mas o negócio é apontar as coisas erradas e aqui vamos lá. Afinal abrir um iogurte e acreditar que ele seja saudável é fundamental ou não é?

Comprei um Kissy da Batavo, um iogurte de morango em embalagem plástica de quase 1 litro. A grande dificuldade foi tentar abrir o negócio... O lacre vinha tão agarrado na tampa da garrafa e sem abas longas o suficiente para que meus dedos puxassem o mesmo, que foi 100% impossível abrir com a mão! Apelei para um alicate (imaginem se alicate tivesse de virar ferramenta de cozinha para abrir embalagens teimosas...). Mas o alicate não deu conta do recado: as abas anãs não permitiram puxar o lacre, e se romperam. O virginal iogurte vinha com proteção de fábrica contra a gula dos consumidores ávidos por tomar um iogurte.



A única forma de abrir foi da maneira Viking, com uma faca furando o lacre, já que ele se recusou a sair pelas vias normais, colado por super-bond na fábrica.



Após tanto tempo para abri-lo, ao tomar fui ler as trilhares de letrinhas miúdas da garrafa, com tantas e tantas informaçõezinhas... Aí vemos as outras coisas...

O tal iogurte diz ter polpa de morango... Não tem: é um creminho tradicional (aliás muito doce demais) cor-de-morango-artificial (corante artificial vermelho 40...) sem nenhuma sementinha de morango ou pedacinho de polpa, por minúsculo que seja. Me pergunto: por que tem de colorir tudo artificialmente, e por aroma artificial se o negócio já é de morango (pelo menos é o que diz a embalagem)?

Outras: o que vem a ser a goma xantana e a goma guar? E o conservante "sorbato de potássio"? E o corante artificial vermelho 40?? Quais os efeitos disso na gente a longo prazo? E o 0800.728.1234 (fone do serviço de atendimento ao consumidor) que não aceita ligação de celular? (e quem não tem telefone fixo, não pode ser consumidor do produto?)

Seguinte: façam iogurte em casa e batam com morangos frescos! Embora morangos frescos (sem agrotóxico) sejam quase uma lenda hoje em dia, fazer iogurte é fácil. Abra um leite longa vida integral fazendo uma abertura razoável em cima, retire um pouco do leite e coloque no lugar um pouco de iogurte natural. Um potinho de iogurte pequeno natural destes bem simples serve! Misture o negócio e tampe a abertura com um papel toalha ou mesmo uma toalhinha e coloque atrás da geladeira. Entre um dia e outro o leite irá qualhar e produzir um iogurte natural que pode então ser batido com os morangos frescos. É isso que eu vou fazer agora, embora dê um pouco mais de trabalho a saúde tem um preço.

Pedágio absurdo

Pedágio é uma coisa. Assaltos formalizados pelo estado em vias de rodagem é outra. Me parece cada vez mais ser este o caso dos pedágios cobrados nas estradas paulistas. Sujeito já paga IPVA e outros impostos caríssimos num país que se acha a Suíça mas onde os políticos caras-de-pau frequentam as câmaras só para aumentarem seus próprios salários. Se fosse na Argentina teria "panelasso"! Aqui no rego do rio manso as ovelhinhas aceitam essa Odoricagem Paraguaçuzense sem rompantes.

Bem, mas isso é outra coisa errada: agora a meta é desmascarar o mito das estradas maravilhosas que podem cobrar fortunas dos estradeiros (e olha que elas estão longe de ser maravilhosas para valer o que cobram!).

De São Paulo a Ribeirão Preto, nada mais que meros 313 Km, cobram-se 8 pedágios neste trecho! Sim, são 8 pontos de execução, quer dizer, praças de pedágios neste calvário que o motorista enfrenta. Na prática, o infeliz tem de parar a cada 28 Km para pagar um pedágio! Funcionalmente isso já é um absurdo, o sujeito não tem como desenvolver uma velocidade média: quando ele consegue se estabelecer dirigindo ele tem de parar para se submeter a uma nova execução de pedágio! Isso está longe de ser um esquema funcional de cobragem, e ao invés de atender requisitos de logística e ecológicos deve estar somente atendendo à furia gananciosa de concessões capitalistas.

As estradas não são maravilhosas não, são regulares. Há muitas interrupções de fluxo, um acelera e freia constante, o asfalto é ruim na entrada e saída dos pedágios e em vários trechos treme que nem estrada de terra, fazendo com que os ônibus por exemplo tenham estabilidade reduzida em vários pontos. A estrada é tãoooo boooaaaa que limita demais a velocidade dos ônibus fazendo com que uma viagem que deveria durar 3 horas dure 5 horas! Isso vale um pedágio tão alto assim?

Em uma viagem realizada em 03/08/10 (e o retorno em 04/08/10) nesta via pagã o valor de cada pedágio variou entre R$4,25 e R$6,35, produzindo um valor médio de pedágio de R$5,41 nesta rota. O custo total (ida e volta) foi de R$86,70 (vide imagem).



Nem se a estrada fosse ideal, com pelo menos a metade do número de pedágios, tendo um asfalto melhor, melhor isolamento do espaço ao redor para permitir melhor desempenho de velocidade e segurança com menos interrupções ao motorista em seu trajeto, e valores redondos e menores para facilitar uma cobrança ágil, nem assim ela deveria ser tão cara assim. Parece-nos, a nós usuários, que o controle do estado sobre estas concessões não existe mais. O estado pratica um ato de omissão ao permitir os pedágios mais caros do mundo, e que sejam praticados desta forma, um desrespeito ao cidadão, revoltando milhares de pessoas por dia.